Fotografia documental e humanista de Zeca Guimarães
Um resumo de uma amizade fotográfica que já dura mais de 40 anos forma a mostra “Olhares sobrepostos”, que o Centro Cultural Justiça Federal inaugura nesta sexta, às 19h. Unidos pela fotografia documental humanista de Henri Cartier-Bresson que influenciava o mundo no início da década de 1970, Zeca Guimarães, Zeca Linhares, Pedro Pinheiro Guimarães, Pedro Oswaldo Cruz, Chico Mascarenhas e Domingos Mascarenhas clicaram, durante alguns anos, cenas urbanas que presenciaram em diversas cidades do mundo. A trajetória profissional de cada um naturalmente seguiu por caminhos distintos, mas o diálogo nunca se perdeu. Agora, decidiram mostrar as imagens daquela época, 90 no total, que em comum evidenciam um mesmo olhar em múltiplas temáticas.
- A exposição é interessante porque todos eles são marcados pela escola “bressoniana” dos anos 1960 e 1970, além de serem andarilhos, flâneurs. Temos fotografias de todos os continentes! – diz o também fotógrafo Milton Guran, curador da mostra. – Há um olhar jocoso sobre a vida, em fotos de extrema qualidade técnica. Elas não têm nada de amadoras.
Guran não assina a curadoria por acaso. Em 1971, foi morar em Paris e acabou conhecendo Chico e Pedro Pinheiro Guimarães, que tinham ido até lá para trabalhar como fotojornalistas na sucursal da revista “Manchete”. Naquele mesmo ano, chegaram os Zecas, Guimarães (irmão de Pedro) e Linhares, além de Domingos (irmão de Chico).
Mesmo não estando presente no bando desde o início, Pedro Oswaldo Cruz sempre foi um amigo próximo, com quem mantiveram afinidades fotográficas. O convite para que ele integrasse a mostra, segundo Guran, fez todo o sentido.
Após os seminais anos parisienses, os amigos se separaram para rodar o mundo. Na mostra, há fotografias de países como EUA, México, Índia, França e Brasil.
Apesar de alguns dos seis terem enveredado por outras atividades (Chico abriu um restaurante no Rio, o Guimas; e Domingos foi trabalhar com vídeo), todos continuam fotografando por prazer.
- A mostra exibe um projeto de vida de um grupo que acreditava na fotografia existencial e que o acaso reuniu – conclui Guran.
Fonte: Agência O Globo
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